Publicado em terça-feira, 24 de novembro de 2020
O jornal "O Estado de S. Paulo" publicou matéria domingo (22) afirmando que o Ministério da Saúde tem 6,86 milhões de testes do tipo RT-PCR armazenados em São Paulo, que podem perder a validade até janeiro de 2021. Segundo a reportagem, os exames estão estocados em um galpão em Guarulhos e custaram R$ 290 milhões à União.
A informação causou indignação em deputados da Bancada do PCdoB na Câmara, que usaram suas redes sociais para condenar a possibilidade dos testes serem jogados fora pelo governo federal, por perderem o prazo de validade, apesar do número casos da doença ter voltado a crescer de forma preocupante em todo o País.
Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), o caso de negligência mostra que o governo Bolsonaro está "mais uma vez sendo irresponsável". "Não há campanhas de incentivo à testagem, mesmo o país sofrendo ameaça de uma segunda onda do vírus. Enquanto isso, nos estoques, mais de 6 milhões de testes correm o risco de perder a validade. É um absurdo!", protestou.
Em nota divulgada também no domingo (22), o ministério confirmou a existência de testes com data de validade próxima do vencimento, mas não informou a quantidade de kits. Enquanto isso, o total de testes RT-PCR realizados no Brasil caiu em outubro pelo segundo mês seguido.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, até agora pouco mais de 5 milhões de exames do tipo RT-PCR, considerado o de maior precisão para o diagnóstico da Covid-19, foram feitos na rede pública.
Comissão
A comissão externa que acompanha as ações do governo no enfrentamento à pandemia deve cobrar explicações do Ministério da Saúde sobre a existência desse estoque prestes a vencer. Nesta quarta-feira (25), os parlamentares discutem a existência de testes prestes a perder a validade com o secretário de Vigilância da Pasta, Arnaldo Medeiros, além de representantes do Delog (Departamento de Normas e Sistemas de Logística).
TCU
Já o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou com uma representação, pedindo a investigação e a adoção de medidas pelo suposto prejuízo de R$ 290 milhões, em decorrência da perda de validade dos testes.
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